Educação – para morar onde se é feliz

Para Maharishi Mahesh Yogi (1917-2008) a Felicidade é um direito inalienável de nascença dos seres humanos. O Fundador da Meditação Transcendental, MT (1957) não recorreu à disseminação de um conjunto de obras teóricas sobre esta dimensão fundamental da vida. Maharishi optou pela divulgação de uma ferramenta aprazível, sistémica e não-ideológica de uma experiência mental da transcendência, no caso – estado da mente em alerta e repouso em simultâneo – que regista como subprodutos a Felicidade, o Bem-estar, maior Inteligência Emocional, Inclusão, i.e. – uma pedagogia da experiência para o pleno desenvolvimento do potencial humano.

Existem evidências que comprovam que se alguém puder experimentar regularmente a transcendência através da sua mente, no caso, via da MT – então essa mente supera limitações (Educação) e esse corpo liberta-se de toxinas (Saúde) e nessa medida, tempestivamente, o ambiente ganha melhor cidadania. É crível que sem Felicidade verdadeiramente não haja cidadania; daí a insustentabilidade das ditaduras. Via de um saldo positivo de auto atualização diária nas Escolas através de algumas poucas sessões do Programa Tempo de Silêncio/ MT – a comunidade educativa pode experimentar a tendência natural da mente – ser feliz.

A Assembleia Geral as Nações Unidas de 19 de julho de 2011 adotou unanimemente na sua Resolução 65/309 ‘1. Convidar os Estados membros para prosseguir na elaboração de medidas adicionais que melhor possam captar a importância da Felicidade e do Bem-estar em desenvolvimento com vista a conduzir as suas políticas públicas.’ Mais tarde, a Resolução 66/281 constitui o Dia Internacional da Felicidade em 20 de março.

Deste ponto de partida é pacífico elucidar a importância de o bem-estar ser desenvolvido pela mão da Escola, no sentido de uma entrevista de João Costa, Secretário de Estado da Educação, na TV ‘SIC,’ em 29-04-21. A flexibilidade curricular dá uma preciosa ajuda.

No seu prefácio[1] Fabrizzio Boldrini afirma, na esteira de Montessori, que para alcance do espaço interno, i.e., o ambiente preparado, ou o ajustamento e aquisição internos necessários por parte dos alunos – para se dar início à aprendizagem – é crucial a existência de um período sensitivo. Ou seja, ‘O conceito de morar no local onde é possível ser feliz. O objetivo da introdução de práticas relacionadas à meditação, em particular o que é definido como Meditação Transcendental, é aumentar o Bem-estar de alunos e professores.’

A título de exemplo – destaco o relatório da implementação do Programa Tempo de Silêncio/ MT, na sequência dos Projetos Europeus EUROPE e FRIENDS, ambos cofinanciados pelo Programa Erasmus +, com 14 parcerias, e entre estas a presença da Universidade do Algarve, UAlg, através de uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. https://friends-project.eu/pt-pt/

Nos próximos números deste Boletim haverá lugar ao aprofundamento deste destaque de forma um pouco mais elaborada.

Neste contexto, poderá interessar a situação do nosso país ocupar o 2º lugar nos países membros da OCDE em 2020 com o pior índice de saúde mental. À sua frente só a Irlanda do Norte. À escala mundial o nosso país ocupa o 4º lugar.

Segundo o psicanalista Leopold Szondi (1893-1986), uma das razões associadas ao desequilíbrio mental tem início quando – o eu ‘(…) perde a transcendência, o indivíduo torna-se aposta de uma relação de forças inconscientes e cai na psicose.’[2]

Dir-se-ia que no quadro da Recuperação e Resiliência[3] uma nova ferramenta experimental na Educação para a Felicidade começa a ser desenhada para uma nova arte de viver/experiência do espaço interno – no qual a Felicidade tem moradia.

Eduardo Espírito Santo – Fundador da Cooperativa Maharishi mtespiritosanto@gmail.com

 

Referências

[1] Van Assche e al, in ‘FRIENDS, Uma nova abordagem para a implementação da Educação inclusiva, Bruxelas, 2020.

[2] Richard, Michel, As correntes da Psicologia, Instituto Piaget, Bobadela, 2001, p.27’.

[3] Silva, C. António, Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030, Lisboa, 2020.

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